Há alguns anos atrás, almoçando com o amigo Paulo na Aços Villares, ele nos falou do torneiro mais famoso que teve a sua empresa, o qual, trabalhando no torno se acidentou e perdeu o dedo mindinho de uma das mãos. Ele comentou que, dados os dispositivos de segurança do torno é quase impossível isso ocorrer, e a probabilidade de isso ocorrer com esse dedo, ainda mais na mão esquerda, é ainda menor do que a que ocorreria, por exemplo, com o dedo médio ou o indicador.
Nessa época, o torneiro se aposentou pelo INSS, alegando invalidez por acidente de trabalho, e a Villares perdeu assim o seu funcionário. O Paulo lamentou, pois, a sua empresa ficou privada de um bom torneiro.
E a mim me pareceu um absurdo essa aposentadoria, por que a perda desse dedo não impossibilita o trabalho no torno, o que ocorreria se o dedo perdido fosse o polegar. Assim, me parece que o acidente não resultou em invalidez.
Agora, penso que talvez o leitor se pergunte porque eu pus esse título na estoriêta. Eu digo que foi porque ouvi, em uma manifestação de rua televisionada o povo cantando esse bordão, eu gostei e o coloquei como título na estoriêta.