Fabricantes de equipamentos de aço inox apostam no Nordeste.

Em Lambari, no sul de Minas Gerais, fabricantes trabalham em conjunto para reduzir custos. O aço inox traz fama e dinheiro para a região.

A união gera dinheiro no sul de Minas Gerais. Empresários que trabalham com aço inox montaram uma central de negócios para o setor leiteiro. Juntos, eles compram, vendem os produtos e faturam mais.

A cidade de Lambari é pioneira na produção de equipamentos em aço inox para o mercado de laticínios. Empresas especializadas na fabricação de máquinas para a indústria leiteira movimentam a economia da cidade. Em uma delas, o empresário Ruy Bacha faz mais de 900 modelos como o tanque de refrigeração de leite e a máquina de fazer requeijão.

Ruy Bacha é dono de uma das empresas que formam o pólo de aço inox de Lambari. Desde 2004, o Sebrae ajuda no crescimento de seis fábricas da cidade que se uniram em uma central de negócios.

“Eles se fortaleceram, tanto na ponta compradora, na negociação junto com fornecedores, como na outra ponta, na negociação com os clientes, que é o que mais interessa para eles”, conta a consultora do Sebrae Carmem Naves.

Com a parceria, o empresário pode aceitar pedidos maiores que a capacidade produtiva da fábrica.

“Como as empresas acabam se especializando em algumas máquinas, as outras, em contato com essa oportunidade com o cliente, acabam realizando a venda e terceirizando a produção especializada para essa outra empresa parceira”, garante Bacha.

Os empresários se reúnem todas as semanas para definir estratégias. Os números do projeto são positivos. A infraestrutura das empresas cresceu 40%. A geração de empregos aumentou 20%. E o faturamento, 30%. Na central de negócios, todos ganham dinheiro

“O importante é o cliente ficar em Lambari”, garante a empresária Maria Lucia Noronha Cruz.

Novas metas

As novas metas do grupo são: aumentar as vendas e ampliar mercados. Em uma feira em Salvador, eles já fecharam pedidos de R$ 220 mil.

“Estamos buscando mercado no Nordeste, pois é a região que mais cresce em ramo de laticínio”, aposta o empresário Ademir Teixeira Júnior.

O Sebrae estimula a participação em feiras porque elas podem garantir metade do faturamento anual de uma empresa.

“Uma participação em uma feira importante, ela define a produção para os próximos seis meses. Além de eliminar custo de visitação a clientes que estão em diversas partes do país”, afirma Bacha.

O projeto garante outras vantagens aos empresários. O grupo também vai a feiras para comprar em conjunto. Um torno industrial, que acabara de chegar na fábrica, teve o preço reduzido em 14% porque outras empresas do pólo compraram o mesmo equipamento.

O prazo de pagamento foi ampliado. E o frete de São José dos Pinhais, no Paraná, até Lambari, uma viagem de 500 quilômetros, não custou nada. Os lucros aumentaram e as despesas diminuíram.

“Se eu tivesse que pagar esse frete, seria em torno de R$3,5 mil”, explica Bacha.

Com a ajuda do Sebrae, os empresários melhoraram a gestão dos negócios. E contrataram uma funcionária exclusiva para fazer a contabilidade. Milene Pereira Dias é a responsável pelo registro da movimentação financeira das seis fábricas.

“É um segmento específico, onde o profissional tem que estar direcionado às necessidades desse grupo”, afirma a contadora.

A meta este ano é aumentar o faturamento ampliando o número de clientes em 15%.

“Potencial muito grande de mercado. É um grande segmento contratador de mão de obra, mão de obra especializada e onde tem uma demanda de equipamento praticamente inesgotável”, aposta Bacha.

“Eles ganharam força, estão com uma maior capacidade produtiva, agora o momento deles é de ampliação de mercado”, avisa Carmem Naves.