O ARTISTA
Pintor Profissional desde o início dos anos 80, Carvalho sempre fez das paisagens sua temática predileta. Mas começou a pintar flores de cactos para responder ao desafio do sertão agreste. O resultado foi uma excepcional aceitação por parte dos colecionadores que consolidou o talento de Carvalho no Circuito da Arte Brasileira.
Toda a flor é um símbolo de brevidade da existência e da fugacidade da beleza no rio implacável do tempo. Mas cada flor encerra também a potência da Primavera, momento de plenitude da vida sobre o nosso planeta. Carvalho pinta as suas flores em cores "fauvistas", sabiamente contrabalançadas por tonalidades mais frias ou pastéis no fundo de cada tela. Esse jogo plástico afirma uma vitalidade incondicional; um momento de culminância do ser que só a poesia pode se atrever a tentar capturar, pois não pode ser definido nem por palavras e muito menos por imagens. Pintando no intervalo do figurativo e do abstrato, Carvalho amplia a força poética da imagem pictórica. Suas telas ultrapassam a mera discrição da natureza para compor um bailado de ritmo e essência, flores e cactos, enquanto modelos físicos são apenas pontos de partida para vôos da alma em direção a uma realidade metafísica, na qual pugnam energias comandadas por leis secretas e cósmicas. Um território que a física quântica transforma em complexas equações matemáticas e que o artista retrata em imagens com grande poder de ressonância, em um circuito de comunicação não-verbal e de alta voltagem.
Impossível não perceber na pintura de Carvalho o ativismo que nos remete as sutilezas da arte brasileira. Ele absorveu naturalmente o jeito nordestino da busca da beleza no gesto espontâneo, na expressão que se realiza com o mínimo de elementos formais, com uma linguagem que rejeita os ornamentos supérfluos para não afugentar a musa entre as mais cobiçadas de todas: a simplicidade nordestina! Há de se destacar ainda, o registro de ritmos sigilosos que penetram a essência do mundo das aparências. E o Nordeste também se faz presente nas cores alegres e selvagens, inerentes ao nosso sol tropical.
As pinturas desta fase, são obras recentes e trazem uma novidade: os pássaros para o primeiro plano. Ao mesmo tempo, mirantes de observação do espetáculo mutante da natureza. Vegetação, Montanhas e Céu são agora espelhos da alma projetadas na tela em plasmas dinâmicos de cores - poemas pictóricos que traduzem não o real, mas os sentimentos do mundo, instantes mágicos do olhar inspirado.
Carvalho comenta que as vezes o quadro nasce com muita facilidade, fruto da harmonia entre as emoções e o fato plástico. Outras vezes, porém, desencadeia-se uma batalha entre o desejo de uma cor que o quadro não aceita ou passa-se de um limite, obrigando-se a retirar os excessos. Nestes casos, a satisfação da vitória é bem maior e realça o temperamento típico do seu Nordeste, além da busca pessoal e incessante da qualidade e perfeição.
A meta de Carvalho é realizar uma pintura mais conceitual que dispensa a necessidade dos modelos físicos, superando-os pela introjeção das suas essências plásticas para chegar a esse ponto. Não falta a Carvalho talento ou devoção a pintura.
Através desse Artista, temos a abertura de um novo horizonte que vai descortinar cada tela em paisagens que nascem do próprio ato de pintar em mergulho consciente e emocionado, nas estruturas íntimas da vida.
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