No inicio desta semana ocorreu o dia 11 de Abril. Nesse dia, no ano de 1918, durante a Primeira Guerra Mundial, terminou na França a assim chamada Batalha de Armentières. Escrevi um pequeno texto a respeito, que tomo a liberdade de passar para as pessoas amigas. Peço desculpas àqueles dos meus contatos que não tenham interesse pelo episódio relatado, mas para mim ele é muito significativo pois nessa batalha morreu um primo de meu pai, seu amigo de infância.
Aproveito para desejar a todos um excelente fim de semana.
Com amizade, o abraço fraterno do
Luiz Grijó
A BATALHA DE ARMENTIÈRES
Por volta do ano de 1930 conheci um veterano do Corpo Expedicionário Português (CEP) que tinha lutado na Iª Guerra Mundial. Ele me contou que a 21 de março de 1918 os alemães iniciaram a sua última grande ofensiva desta guerra contra o front defendido principalmente por tropas francesas, inglesas e portuguesas, uma ofensiva destinada a conquistar a cidade de Paris. Em 9 de Abril, o confronto estava em Armentières, e no front aliado estavam, à direita, tropas francesas; no centro os portugueses e à esquerda os ingleses. Sob o peso da ofensiva alemã, os ingleses cederam, o general francês, ante o perigo de ser envolvido pelas tropas alemãs, viu que teria que recuar e passou um sinal para o general português lhe pedindo que procurasse retardar o mais possível os alemães, enquanto ele reorganizava as forças francesas na retaguarda para um contra-ataque.
O general português respondeu: “Os portugueses não recuam”.
Os portugueses lutaram com bravura, segurando os alemães. No dia 11 de Abril, dizimados, famintos, desesperados e sem mais munição, os remanescentes portugueses abandonaram as suas trincheiras cheias de mortos e feridos, e deram uma carga de baioneta em cima dos alemães. E os poucos sobreviventes foram feitos prisioneiros. Mas aí os franceses tinham se reorganizado, e, numa hábil manobra, atacaram os alemães por um dos flancos. A batalha de Armentières tinha terminado, os alemães derrotados.
Nessa batalha morreu um primo do meu pai, de nome Fernando, e que tinha sido seu amigo em sua infância. Meu pai, por toda a sua vida, sempre se lembrou desse amigo com pesar pela sua perda.