Ao procurar emprego, a primeira impressão é tudo
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Imagine que você e eu estejamos assistindo a uma peça de teatro. No palco, sobe um ator que está com uma camisa branca cheia de manchas amarelas, uma calça jeans desbotada, um sapato velho e sem meias. Seu cabelo está desarrumado, e a barba, por fazer. Então, ele olha para a plateia e afirma: “Eu sou o rei!”
Nossa reação é de espanto. Dúvidas e mais dúvidas surgem. Rei? Será um rei disfarçado? Será um louco? Ele é um rei do quê?
Agora suponha que você e eu estejamos assistindo a outra peça. No palco, sobe um ator que está vestido de maneira impecável, barba e cabelo aparados, sapato novíssimo, calça preta, camisa branca com alguns detalhes dourados bordados, uma capa vermelha, um cetro na mão direita e uma coroa na cabeça. Nosso pensamento será: “Ele é o rei, vamos ver do que trata a peça.”
Em um mercado de trabalho disputadíssimo, não basta ser competente, você tem de parecer como tal. Sem essa preocupação, a busca do emprego pode causar muita frustração e desencanto com a carreira.
A causa disso é que o profissional, por vezes, se concentra exclusivamente em sua formação e conhecimento técnico. Ele acha que a qualidade de seu currículo, sozinha, será suficiente para ser escolhido e se esquece de como é percebido por quem o seleciona.
Para conseguir um emprego, o profissional deve ir além. Deve pensar em qual experiência provoca naqueles que são responsáveis por escolhê-lo.
Nas peças mencionadas no início do texto, o ator vestido como se espera de seu personagem gasta muito menos energia para provar quem é. Do mesmo modo, no mercado de trabalho, se vestir, se portar e dialogar de maneira apropriada para sua profissão e cargo pretendido também criarão mais chances de ser percebido como deseja.
Por isso, não apareça com sua nova tatuagem à mostra ao buscar um cargo de gerente em um banco conhecido por sua tradição e seriedade. Do mesmo modo, não vá de terno e gravata em uma empresa especializada na venda de material para a prática de esportes radicais.
Você é livre para escolher a carreira que deseja, mas lembre-se de interpretar bem o papel que escolheu. Por vezes, ser você mesmo poderá afastá-lo da vida que deseja. O bom ator não finge ser um personagem, mas o interpreta com maestria. Ele segue um roteiro. Ele se transforma no personagem. Você também deve se transformar no ocupante do cargo que deseja.
Seja um duro competidor na busca do emprego. Saiba como é a empresa que pretende integrar. Qual é a sua moda? Como a empresa está no mercado? Quem você conhece que conseguiu um emprego lá? Quais dicas esse indivíduo poderia lhe dar? Por que você é a melhor opção para a companhia?
Ser competente é só o começo da jornada: você tem de pegar o lugar daqueles que só têm embalagem e construir a sua melhor que a deles.
Vamos em frente!