Certo dia, Carlos decidiu comprar um papagaio, pois sentia-se muito sozinho em casa. Nos primeiros dias, tudo correu bem, mas logo o papagaio começou a dar problemas: O pássaro resmungava, reclamava e xingava o dia inteiro.
Carlos tentou de tudo para amansar o lourinho: leu poesia, colocou música clássica para tocar o dia todo, tentou até homeopatia, mas não teve jeito. Logo o papagaio ficou ainda mais agressivo, e passou a gritar, falar palavrões... cada vez ficava pior.
Carlos tentava ser paciente, mas finalmente sua frustração foi maior. Num momento de fúria, pegou o papagaio e jogou dentro do freezer.
Como esperado, o papagaio começou a xingar o dono, resmungar, reclamar... e, menos de 20 segundos depois, calou-se sem terminar o último palavrão.
Pensando ter matado o papagaio, Carlos abriu correndo a porta do freezer e o louro, assustado, falou:
"Desculpe-me, meu caro senhor. Vejo agora que meu linguajar não tem sido apropriado para este ambiente familiar, e peço que me perdoe pela minha atitude ingrata, que não condiz com a atenção que o senhor tem me dado. Gostaria de apresentar meu sincero pedido de desculpas, com a garantia de que, a partir de hoje, me portarei adequadamente e serei eternamente agradecido pelo cuidado que o senhor tem comigo".
"É bom mesmo!", responde Carlos, um pouco surpreso.
E o papagaio, quase chorando, pergunta:
"Se me permite perguntar, só por curiosidade, o que foi que aquele frango fez?"