al•va•rá
(árabe al-baraâ, carta, cédula, recibo)
substantivo masculino
1. Documento que uma autoridade passa a favor de alguém, certificando, autorizando ou aprovando certos atos ou direitos (ex.: alvará de construção).
2. Antigo diploma rubricado pelo monarca e assinado pelo ministro, sobre negócios de interesse público ou particular.
[Dicionário Priberam:
http://www.priberam.pt/dlpo/alvar%C3%A1]
Certa sorte, enquanto alguns irmãos se dedicavam para arquitetar a montagem da Loja, outros chegavam e se acomodavam confortavelmente na Sala dos Passos Perdidos entre idas e vindas para fora do edifício que o Sagrado Templo era “montado” para inalarem suas viciosas fumaças embebidas em nicotina e alcatrão.
Lá e acolá, tratavam de tudo, falavam de mulheres, aventuras, negócios, desleixos, focavam no “sabor da pizza” que iriam pedir para “fechar com chave de ouro” a Sessão, com um “ágape fraternal” regado a boa conversa profana, álcool, refrigerantes e muita comida que, infelizmente, teriam destino incerto, pois não houvera, antes, uma programação ou planejamento de quantos irmãos estariam presentes naquela data, repetindo um cenário semanal de desperdício considerável, mas que não teria importância, pois o “maçom” não se preocupa com “isso”.
Já era tarde, quase 20h00, horário em que a Sessão deveria começar, e as ausências notadas impediriam a abertura dos trabalhos.
Era uma Loja “pequena” com poucos irmãos, que sempre penava para trabalhar, pois a montagem ficava complicada com tão poucos irmãos que se faziam presentes. Mas esta vez era diferente: FALTAVA UM! APENAS UM!
Estavam em 6 irmãos, já com o Templo devidamente organizado, pronto... Faltando apenas UM IRMÃO para atingirem o número mínimo para a abertura dos trabalhos em loja.
Começa, então, a ânsia de se conseguir realizar a Sessão... Era uma semana longe dos irmãos. Coisas a tratar, assuntos importantes, instruções, pendências, enfim: LOJA!
Mas este UM, não chegara.
Tentava-se socorrer com a Loja que funciona no Templo ao lado, mas, determinados, infelizmente, não poderiam dispor de um irmão para nos ajudar naquela data (como o já tiveram feito em outras ocasiões) pois também tinham assuntos importantes para resolver.
Algumas ligações para aqueles irmãos que sempre nos socorrem, mas que sequer retribuímos a gentileza de suas visitas. Sabe... Aqueles que SEMPRE estão em nossa loja mas nós NUNCA vamos na deles? Pois bem...
Um deles nos deu uma esperança: “Talvez eu possa ir, mas não vou garantir. Também, estou sem meus paramentos... Confirmo daqui a pouco com você, irmão!”
Correríamos, mais uma vez na loja ao lado, para pedir um balandrau emprestado... Na hora, um nobre irmão do loja co-irmã se prontificou a emprestar.
No retorno à sala dos irmãos perdidos, ops, digo, dos passos perdidos, magicamente, apareceram 3 balandraus que a loja tinha em estoque para este tipo de ocasião.
Devolvido o balandrau do gentil irmão da loja ao lado, agora eles não mais seriam mais importunados pelos despreparados irmãos da loja das ausências.
A confirmação não chegava... Já era 20h10 e nada...
Quando, aproximando dos outros CINCO irmãos, um sentimento pairava: E AGORA?
Temia o pior... E eis que um dos nobres irmãos solta a pérola, destruindo toda e qualquer esperança de mais uma noite de aprendizado em loja, que era mais ou menos assim:
- Irmão... Já sabemos que não teremos Loja. Só estamos aqui ainda porque temos o ALVARÁ da cunhada. E vamos fazer valer.
Esta não foi nem a primeira e nem será a última vez que um irmão ouve este tipo de frase. Eu vos apresento o ALVARÁ MAÇÔNICO.
Infelizmente, alguns de nós, ou não sabe ao certo o que está fazendo ou não compreende ainda o que é a Sublime Instituição.
Pior: Se precisa de um “ALVARÁ”, temo que talvez não seja ele um “LIVRE”, como vemos em um de nossos LANDMARKS.
O irmão utiliza a “concessão” que a cunhada confia à Loja e aos Irmãos que conheceu, para se “aproveitar” do tempo longe dela? Afff.
EU, VOU PRA CASA, FICAR COM MINHA ESPOSA! SE NÃO TEM SESSÃO – que era o compromisso que eu teria longe da minha família – perde o sentido ficar longe da família. Ou não? O que você acha, irmão?
Aliás... Pra que Landmark? Nem “Loja” mais temos...
A maçonaria, pouco a pouco, vem se tornando um bom clube que congrega homens dispostos a se confraternizarem, se relacionarem profissionalmente e que visam os interesses individuais deixando de lado os coletivos/universais.
Falando em Landmark, e o IX? Aquele que fala sobre a “necessidade de se congregarem os maçons em lojas”? Qual era o fim mesmo? Ah! Era de se entregar a tarefas operativas.
E aquele que fala que dentro de loja somos todos iguais?
Ah! Deixa pra lá este negócio de LEI MAIOR, LANDMARK, etc...
Besteira... É tudo besteira mesmo... Não é?
NÃO!
Não é.
Algo de muito pernicioso assola a Sublime Instituição Maçônica. Algo que, se não houver providência alguma, fatalmente levará a Ordem no caminho que ela se encontra e segue: UM CLUBE ou ASSOCIAÇÃO como outras tantas, nobres também, mas com fim diverso.
E, qual seria, então, o MOTIVO para fazer parte da maçonaria?
Deve ser o de ser “reconhecido” quando colocar seu adesivo no seu carro e os 3 pontinhos na assinatura.
Bom. A história se repete e ninguém mais dá crédito para isso. Nem dá bola. Nem lê mais nada.
Ler pra que? É só ir lá na loja, cumprir interstício, colar seu grauzinho e, na época do natal, ajudar uma instituição com o “troco” de beneficência.
Estudar ninguém quer, né? Ler? Fazer trabalho? Pesquisar. Trazer dúvidas e propostas para a Loja... Isso ninguém mais quer não...
E nós?
Vamos lá.
Não vou ver o fim desta história...
Hora de mudar. Vamos?
Aceite o meu sincero e triste T.´.F.´.A.´.
VaLEO
Leo Cinezi
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