Em Sergipe, fabricantes de alimentos investem em melhorias na produção e desenvolvem novas fórmulas para seus produtos. Com a inovação, as empresas conseguem ampliar os negócios e se destacar no mercado.
O pastel de caranguejo é tradicional na culinária sergipana. E tão importante quanto o recheio, é a massa. Uma fábrica em Socorro, na Grande Aracaju, faz duas toneladas de massa de pastel por dia. O negócio começou há quase 20 anos com Maria Góes.
Hoje, quem está no comando é o filho, Rubens Silva. O empresário fez um estudo para aprimorar a antiga receita de família. Através de uma consultoria, ele trocou a gordura vegetal pela animal. O produto ganhou mais crocância e aceitação.
“As boas práticas aplicadas fazem com que o nosso produto seja sempre homogêneo, a massa tenha sempre as mesmas características. Aquilo que nos produzimos na semana passada, no mês passado, deverá ser a mesma massa que nós estamos fazendo agora e vamos fazer depois”, diz Rubens Cláudio Silva.

As consultorias foram feitas após o empresário participar do programa Sebraetec. A capacitação visa dar mais competitividade às micro e pequenas empresas. Até outubro deste ano, 500 negócios receberam o apoio do Sebrae em Sergipe.
“E é uma ferramenta que foi criada pra facilitar o acesso das pequenas empresas aos serviços tecnológicos visando melhorar a capacidade competitiva dessas empresas frente ao mercado”, explica Ana Tereza da Silva Neto, do Sebrae em Aracaju.

O empresário também organizou a linha de produção e investiu R$ 90 mil em maquinário. Deixar a massa homogênea ficou muito mais rápido com um equipamento de sete cilindros. Agora cada funcionário produz, em média, 180 quilos por dia. “É inevitável que numa indústria a gente persiga aquilo que a tecnologia vai oferecendo a cada dia de melhor”, avalia o empresário Rubens Cláudio Silva.

Outra atitude foi diversificar a produção. A fabricação de minipizzas é uma das apostas do empresário. São feitas 2 mil por dia e vendidas a R$ 1,30 cada. Supermercados da região são os maiores compradores dos produtos. “Hoje nós temos alguma coisa de receita na ordem de R$ 350 mil”, diz o empresário.
Há 30 anos, a padaria do casal José e Josefa do Nascimento funciona na mesma esquina, em Aracaju. Para aumentar as vendas, os empresários ampliaram o espaço. Através do Sebraetec, eles tiveram ajuda no projeto arquitetônico. “Ampliando a sua área de produção, a empresa pode produzir um mix maior de produtos”, diz explica Ana Tereza, do Sebrae.
São feitos cerca de 6 mil pães, doces e salgados por dia. O acesso aos quitutes fica mais fácil. Cinco atendentes foram contratadas e hoje a panificadora tem 18 funcionários.

“Com a reforma, muitas coisas que a gente tinha que pegar na prateleira para entregar ao cliente, hoje ele mesmo se serve”, diz José.
Os empresários também diversificaram e começaram a vender comidas bem típicas aqui do nordeste. A tarde é servido bobó de camarão, caruru e até um doce feito com milho e leite de coco, o mungunzá. Alguns desses pratos foram sugeridos pelos próprios clientes. Todas as mudanças na padaria fizeram o faturamento aumentar 40% em menos de um ano. “Comecei a fazer essas comidas típicas, o pessoal foi gostando e hoje todos os dias eu faço e todos os dias graças a Deus vende tudo”, diz Josefa.
os clientes fiéis aprovaram a nova cara do empreendimento. “Ótimo. Nota mil”, avalia Eduardo Tairoviche.

O investimento nas obras e na troca de equipamentos foi de R$ 100 mil. Hoje, a empresa fatura R$ 40 mil.

“O programa Sebraetec fez uma diferença aqui na gestão dessa microempresa. Hoje, com 18 funcionários, passando em breve, deixando de ser uma microempresa para ser uma pequena empresa”, afirma Ana Tereza, do Sebrae.