Série Corporativa: Comércio eletrônico atrai cada vez mais as pequenas empresas.
Negócios de todos os tipos apostam nas vendas online. No 1º semestre do ano, o setor já faturou mais de R$ 10 bilhões.
23/09/2012
No primeiro semestre do ano, o setor de comércio eletrônico já faturou mais de R$ 10 bilhões. O bom momento do e-commerce no Brasil atrai cada vez mais as pequenas empresas.

Hoje, negócios de todos os tipos apostam nas vendas online. Os produtos variam de simples acessórios até eletrônicos.
Os empresários Paulo Ramos e Ricardo Bitar não tiveram dúvidas quando resolveram investir em um bom negócio: eles montaram uma loja virtual de eletrônicos e utilidades domésticas e vendem desde celular e pen drive até tablet e TV.
Os empresários investiram R$ 100 mil no negócio. Montaram o site e fizeram um bom estoque. Eles mantêm uma estrutura enxuta para poder vender barato: a empresa funciona em um escritório com 40 m² e seis funcionários.
As pessoas só compram pela internet se sentirem segurança. Por isso, vale fazer parcerias com empresas grandes, ter um sistema de compra garantida e principalmente um telefone do lado do computador, porque as pessoas gostam de ligar, até para saber se a empresa existe mesmo.

Feito isso, é preciso se diferenciar num mercado com milhares de concorrentes. “Um site bonito, colorido, com banner gigante, bom preço, várias promoções, um menu fácil de mexer.
Clicou produto já aparece toda a variedade que tem. Fácil de manejar e fazer a sua compra”, sugere a analista de atendimento Lívia Tognini.

A loja virtual vende mais de 500 itens, sendo que 70% são importados. Todos os dias, os empresários pesquisam os preços das grandes empresas virtuais e oferecem produtos mais baratos.
“Nós pesquisamos para ver os preços dos grandes. Aí, a gente sempre abaixa 1% ou 2%, porque se você por mais caro que os grandes, ele vai comprar no grande e como nós temos uma estrutura um pouquinho menor, conseguimos ter um preço um pouquinho menor do que os grandes para poder competir”, diz o empresário Paulo Ramos.

Os empresários chamam a atenção para uma característica dos eletrônicos: são produtos que costumam sair de linha em seis meses. É preciso vender rápido para não perder dinheiro.
“Por isso a gente fica lá, quando tem os lançamentos, já põe no site. Faz a promoção dos lançamentos. Depois, ele começa com um preço de lançamento e depois vai mudando. E tem que ver o que tem em estoque dos outros produtos que é da coleção anterior e abaixar os preços dos outros para vender e desovar o estoque”, avalia Ramos.
A empresa recebe 25 pedidos por semana. Entrega para todo o Brasil. Todo mês, eles investem R$ 3,5 mil em anúncios na internet. A ação dá resultado: as vendas cresceram 30% só no último mês.
“A internet é uma caixinha de surpresa, hoje você pode estipular uma meta e essa meta ser superada 20 vezes mais, então você atinge todo mundo, não é uma loja física que você abre de manhã e fecha à noite, ela esta 24h no ar”, afirma Bitar.
Quando decidiu montar um negócio, a empresária Dilan Borges também não teve dúvidas. Escolheu a internet. Abriu uma loja virtual de bolsas. Vantagens do negócio online: investimento baixo, custo de manutenção também baixo e facilidade de divulgação.
“É menos arriscado porque o custo é baixo de inicio e não tem como ter erro, se a pessoa gostar do seu produto ela vai comprar, você não precisa convencer o cliente a compra aquilo, como é uma loja física”, explica.
A empresária investiu R$ 7 mil para montar a fábrica de bolsas. Comprou uma máquina de corte, bancada e matéria-prima. Ela mesma cria as bolsas, terceiriza a costura e faz o acabamento com a ajuda do marido.
A empresa faz 20 modelos de bolsas. Tem de cortiça, veludo, pelúcia. Bolsa de mão, transversal, tiracolo. Até modelo coração.
O investimento foi zero na verdade. Eles alugaram a loja virtual, pagam R$ 50 por mês para usar toda a estrutura, com espaço para foto e descrição do produto. “Nós colocamos o nome da bolsa na parte de cima, as cores disponíveis para pronta entrega e o valor”, diz.

A manutenção são eles que fazem. Uma empresa enxuta não precisa nem de vendedor. A própria empresária responde os pedidos. “Eu mesmo entro em contato diretamente com a cliente via e-mail. [Bolsa] é super prático. Já vem as medidas da peça, o preço, a cor. Ela compra e recebe no conforto de sua casa.”

O negócio deu certo. Cresceu 70% no último ano. No comércio online, a empresária vende 30 bolsas por mês. Custam de R$ 40 a R$ 145 reais. As vendas pelo site e nas redes sociais o geram um faturamento de R$ 8 mil por mês.
“A gente divulga por redes sociais, por mailing que a gente tem vários contatos de e-mails de empresas e já clientes ou não e faz toda essa divulgação semanalmente de todas as peças de novidade que chegam na loja”, diz a empresária.
A estudante Gabriela Maldonado comprou duas bolsas pela internet. “Eu acho mais fácil, mais cômodo. Você estar vendo o produto em vários ângulos. Se eu realmente gostei, não tem porque eu ir até a loja”, sugere.
Para Dilan, a internet não tem limites. Hoje, a empresa tem clientes em 20 estados brasileiros, e até nos Estados Unidos. “Eu aposto firme na internet porque todo mundo hoje tem acesso. Antigamente, era o computador, hoje em dia é o notebook, e hoje em dia tem os computadores de mão. Então, a pessoa pode estar na hora de almoço, mexendo no celular, e comprando uma bolsa minha. Eu aposto que todo mundo vai ter esse acesso e eu vou vender cada vez mais.”


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