Todos os dias Keler sai pelas ruas de São Paulo à procura de clientes. Os bairros comerciais são os preferidos. A empresária tem uma estratégia de venda: estaciona o carro em locais de grande movimento e atrai as mulheres que estão de passagem.
“A questão da loja itinerante foi pela facilidade. Como algumas clientes sempre falavam ‘perto de onde eu trabalho não tem, no bairro onde eu moro não tem’, a gente tem essa facilidade de ir com o carro para poder atender”, explica.
Para montar a loja sobre rodas, os empresários investiram R$ 70 mil. Compraram um carro, montaram prateleiras de alvenaria no porta-malas e fizeram um estoque de produtos. Além dos esmaltes, eles vendem também acessórios para os cuidados das mãos e dos pés.
A loja itinerante tem um bom movimento. Recebe cerca de 400 clientes por mês. O horário de almoço é o mais disputado. “A gente pega o pessoal que está vindo almoçar. A gente tem a primeira passada onde ela só da uma olhadinha, mas aí vai almoçar e quando retorna é onde ela para e vai efetuar a compra”, explica.
A advogada Regiane Fontes trabalha numa região bem movimentada de São Paulo. Ela aproveita a parada da loja itinerante e escolhe um novo produto para as unhas. “É pratico, porque a gente vai passando na hora do almoço, já está aqui, a gente dá uma paradinha, olha, já escolhe, é muito bom”, relata.
Os esmaltes são os produtos mais baratos. Saem por um R$ 1,50. São mais de 200 opções. “A mulherada gosta mesmo é dos importados, mas os mais baratos são mesmo os nacionais, mas a qualidade também é igual”, diz a consumidora Adélia Lourido. “Comprei dois, tenho um monte já.”
A loja fatura, em média, R$ 8 mil por mês. Para crescer, os empresários investem na divulgação pela internet e distribuem panfletos. “A gente tem parceria com blogs especializados mesmo em esmaltes, que é justamente para divulgar a loja. A loja itinerante. Para o pessoal saber onde a loja vai estar, existe uma agenda, tudo para o pessoal se identificar e conseguir chegar até a loja”, diz Brandão.
Temakeria móvel
O empresário Alan Liao também apostou em um negócio sobre rodas. Ele e o sócio montaram uma temakeria móvel. A van começou a funcionar no fim do ano passado. Para montar a temakeria móvel foram gastos R$ 300 mil.
“Eu morei por três anos em Nova York e lá é muito comum você ver ‘foodtrucks’ gourmet. O pessoal comendo na rua. E empresários de terno e gravata durante o dia comendo. Eu morei lá e sempre achei essa ideia muito bacana”, afirma.
O restaurante itinerante é completo e chama a atenção por onde passa. A estrutura da van é totalmente voltada para a sustentabilidade. O revestimento interno é feito de material reciclado. A energia usada dentro para o funcionamento do computador, do sistema de cobrança e da geladeira é solar e eólica – gerada pelo vento. A iluminação é toda em LED, porque gasta menos e dura muito mais.
“Ficou muito bacana, era uma preocupação muito grande minha, porque a gente atende na rua, então eu queria cortar um pouco aquele preconceito, para algumas pessoas ainda tem um certo preconceito por ser na rua. Então eu quis fazer uma cozinha bem clean, industrial, de inox. E tudo no seu lugar, certinho”, explica o empresário.
Alan tem cinco funcionários. O cardápio inclui mais de 20 sabores de temakis, entre opções grelhadas e frias. Os de salmão fazem sucesso entre os clientes.
“É ótimo, é superssaudável, é um lanche rápido e não é um junkfood. É uma coisa leve e super-rápida. Então não precisa parar no restaurante, pedir, esperar o pedido chegar, esperar a conta chegar, a bebida, é tudo mais rápido”, avalia a cliente Aline Resende.
A van percorre as ruas da cidade de terça-feira a domingo. E funciona das 16h até as 6h. O restaurante vende, em média, 450 temakis por dia. O mais barato custa R$ 13. O negócio já é um sucesso.
“Eu acho bastante legal. Eu, particularmente, gosto muito de temaki, que sou japonês. É muito mais fácil porque não precisa ir num restaurante ou numa temakeria, aqui está sempre na rua, rolando pela cidade toda, eu acho muito mais fácil para conseguir um temaki”, diz Ricardo Fuchigami, consumidor.
O faturamento da empresa gira em torno de R$ 50 mil por mês. Liao quer agora colocar mais vans nas ruas e expandir o negócio para outros estados. “Eu venho recebendo e-mails de pessoas do Brasil inteiro interessadas, querendo fazer franquia, querendo virar sócio. Então tem muita gente interessada pelo Brasil. Eu creio que vou esperar completar um ano de vida e começar a focar nessa parte de franquias”, revela.