Diferencial - Empresários de Guarulhos lucram com a fabricação de grampos de cabelo
Para empresários segredos são preço, prazo e qualidade.


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Com diferencial, fábrica produz 15 milhões de grampos ao mês em SP.

Para empresários segredos são preço, prazo e qualidade.

Produtos são feitos de fios de aço.

Alguns produtos fazem sucesso, mesmo após muitos anos no mercado. É o caso dos grampos para cabelos. Em Guarulhos, na Grande São Paulo, uma fábrica produz 15 milhões de unidades de grampos de aço por mês.

Em mais de 40 anos, a fábrica de grampos de cabelo dos empresários Eliane e Sergio Kyrillos já fez a cabeça de muita gente.

Mas qual o segredo para uma empresa sobreviver tanto tempo no mercado com um produto tão simples? Para os empresários são preço, prazo e qualidade.

Os grampos são feitos de fios de aço. Primeiro, eles são achatados em um laminador. Em seguida, uma prensa corta e dobra a matéria prima.

Existem dois detalhes essenciais no grampo. Um deles é o tipo de material, que é aço carbono, que faz o efeito de mola. Você abre, ele volta e segura o cabelo. Outro detalhe são bolinhas de resina nas extremidades, para não ferir a cabeça. Ela é aplicada em uma engenhoca: o grampo passa, a ponta é umedecida e a resina se fixa.

Depois, o grampo é pintado, e vai para a secagem. Tudo segue o caminho determinado por um cabo de aço que passa o dia inteiro em movimento constante pela fábrica – e é uma invenção dos próprios empresários.

“A ideia foi transformar movimentos que eram feitos manualmente para alguma coisa automatizada (...). A gente consegue puxar, cortar, dobrar o arame”, diz o empresário. De acordo com ele, um fio “conduz o grampo para outros estágios de produção, com a ideia de aumentar a produtividade” para que a empresa tenha uma quantidade em escala maior de produto.

No final do processo, o grampo é pesado e embalado em caixas com 100 unidades. A empresa vende para grandes distribuidores. Cada grampo sai daqui da fábrica pelo preço de um centavo. De acordo com o empresário, para ganhar dinheiro com um produto que custa tão pouco o segredo é o volume de produção.

“Nós produzimos cerca de 15 milhões de peças por mês. E os custos fixos de luz, funcionários, energia elétrica, acabam sendo diluídos pelo volume produzido. Além disso, nós nos valemos também da força de distribuição dos parceiros, que acabam entregando esse produto picado, em vários pontos de venda, farmácias, lojistas, que são os nossos clientes”, relata o empresário.

Uma pequena fábrica de grampos exige um investimento de R$ 50 mil. O dinheiro é para montar uma linha de produção com capacidade para 2 milhões de grampos por mês.
Como toda indústria brasileira, a fábrica de grampos convive com a batalha da concorrência com os importados asiáticos mais baratos. A saída é apostar no que o concorrente que vem de longe não tem: a agilidade na entrega.

“Nós temos estoque e conseguimos entregar em uma semana chega o pedido, praticamente já é entregue ao cliente”, diz a empresária.

Diversificação é mais uma lição de negócio. A fábrica lançou outros produtos no mesmo segmento: pinça, palito e raspador para cutícula. E eles aumentaram o faturamento em 35%.
“Nós aproveitamos os nossos representantes que já estão no mercado para colocar nossos outros produtos (...). Já está na mão e aproveita para vender os outros produtos”, relata a empresária.

Em Guarulhos, na Grande São Paulo, não há como um salão pensar em abrir as portas sem grampos. Eles são clientes do casal de empresários. Por mês são 12 caixas. De várias cores: dourado, preto, de acordo com os cabelos das clientes.

“[um bom grampo] tem essa flexibilidade aqui, de abrir e voltar. O grampo que abre e não volta, tem o perigo de quando fazer um penteado no cabelo, o grampo cair e o penteado se desmanchar”, diz Lucas Diego Esperança, auxiliar de cabeleireiro.

A cliente fez o penteado e vai para a casa cheia de estilo. E graças ao amigo grampo, a escova e a chapinha duram até o dia seguinte. “Amanhã eu tiro o grampo e estou bonita para a festa, fica todinho armado e fica bonito”, diz Juliana Caroline Silva Moreira Cliente, que frequenta o local.

Hoje, os grampos estão em mais de mil pontos de venda no país - com tendência de alta. E a tradicional fábrica segue firme no mercado. “Num mercado de 40 anos, está demonstrado que grampo não sai de moda. Nós continuamos investindo em novos segmentos e temos que ter garra e força para enfrentar a competição que hoje é global”, sugere Sergio.
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