Empresários lucram com aulas de costura e de dança para crianças.
Mercado infantil cresce 14% ao ano no Brasil.
Com mudança de comportamento, pais gastam cada vez mais com filhos.
O mercado infantil cresce 14% ao ano no Brasil. E as empresas investem, cada vez mais, em serviços para a criançada. Em São Paulo, empresários faturam com ateliê de costura para criança e com aulas de dança.
Balé, teatro, costura. Em atividades como estas, os pais gastam cada vez mais dinheiro com os filhos. E assim surgem novas oportunidades para pequenos negócios. A conclusão é de um estudo da consultoria Rabelo e Associados. Só este ano, o mercado infantil deve movimentar mais de R$ 65 bilhões.
“Nós temos mudanças de comportamento dos pais, que estão tendo filhos com idade mais avançada, quando eles têm mais renda. Além disso, eles estão mais dispostos a gastar mais com cada filho em função de terem menos filhos. E um pouco também de comportamento de culpa em função das mães estarem trabalhando mais, os próprios pais estão passando menos tempo com os filhos e procuram compensar. Além disso, tem o fator dos filhos serem mais participantes do processo de compra”, avalia Arnaldo Rabelo, consultor de marketing infantil.
O mercado infantil está movimentado, confirma a empresária Patrícia Lopes. Ela é dona de uma escola de dança para crianças, que cresceu 20% no último ano. Segundo Patrícia, é um negócio que fatura o ano todo. “Ele tem menos rotatividade devido ao fato da formação que é feita dentro da dança, isso faz com que os alunos permaneçam durante muito mais tempo conosco”, relata a empresária.
Patrícia é professora de balé há 30 anos. Em 1993, ela e o marido Marcos Sanches montaram a escola. Primeiro, tiveram de fazer adaptações no espaço.
A divulgação é simples. O público-alvo são pais que moram perto. Por isso, basta fazer propaganda no bairro.
Para montar uma escola de dança, o investimento é a partir de R$ 50 mil. Com esse dinheiro, dá para equipar duas salas de aula, fazer divulgação e reservar capital de giro. Aqui, a mensalidade é a partir de R$ 190, para uma aula por semana. A estratégia de Patrícia Lopes é diluir ao máximo o custo fixo. O negócio só se torna rentável com um mínimo de 6 alunos por turma.
“Devido a toda sua tabela de custos que você tem: desde o pagamento do professor e seus custos de água, luz, impostos, tudo que você tem que suprir todo mês. Então seis alunos na verdade te cobre esses custos e te dá um lucro razoável”, diz Patrícia.
A escola tem hoje 260 alunos. São crianças a partir de três anos de idade.
Diferencial
A empresária Fernanda Egydio é um exemplo de que sempre é possível se diferenciar no mercado infantil. Ela largou a profissão de fonoaudióloga para montar um ateliê de costura para crianças.
“Na verdade, eu aluguei uma sala para me distrair, praticar o meu hobby que é costurar. E uma amiga pediu para ensinar a filhinha dela a costurar.Foi gostoso, divertido. Essa amiga contou para uma amiga, que contou para outra amiga, e meu número de alunos começou a crescer”, revela.
O investimento inicial no negócio foi de R$ 10 mil. Fernanda comprou máquinas de costura, tecidos, enchimentos e acessórios. E cuidou da decoração.
A empresária deixou o espaço com cara de quartinho da vovó. Muitas figuras, livros, bichinhos e máquina de costura. Além disso, há um ‘armário das ideias’, com cerca de 100 modelos para as crianças escolherem.
As crianças aprendem a cortar o tecido, por a linha, o enchimento. A supervisão com a máquina de costura é minuciosa para evitar acidentes. Depois, é só fixar os detalhes na peça.
O foco do negócio é a classe A. Além da empresária, três professoras dão aulas. Hoje, a escola recebe 20 alunos por semana e fatura R$ 12 mil por mês, valor que dobra nos meses de férias. Até o ano que vem, Fernanda quer abrir franquia e espalhar a ideia do ateliê de costura pelo país.
“O negócio em si, inicial, é de baixo investimento. Conforme vai crescendo, o investimento cresce junto. Para a franquia eu estou elaborando um plano de negócios bastante acessível. Para que qualquer pessoa que esteja no interior e tenha um quartinho no fundo da casa consiga fazer algo parecido”, afirma.
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