Pequenas mudanças no comércio podem aumentar a clientela.
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Especialistas em gestão ajudam comércios no Espírito Santo
Mutirão de especialistas ajuda comerciantes da região.
Em 2 anos, mais de 6 mil empresas foram atendidas pelo projeto do Sebrae.
No Espírito Santo, especialistas em gestão ajudam a profissionalizar os negócios. Pequenas empresas seguem as dicas de consultores para melhorar o visual, o atendimento e crescer.
Um mutirão de especialistas ajuda comerciantes da região metropolitana de Vitória e dos municípios mais pobres do Espírito Santo. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas (Sebrae) leva o projeto Comércio Total para as localidades com menor IDH, o índice de desenvolvimento humano.
O programa surgiu para ajudar empreendedores que não buscam o auxílio de um consultor. Para eles, os negócios são simples ou pouco lucrativos. Mas, em dois anos, mais de 6 mil empresas foram atendidas pelo projeto do Sebrae e aumentaram o faturamento.
Cada empresário tem direito a duas consultorias e a um plano de negócios. Tudo de graça. “As pesquisas que nós realizamos mostraram que 86% aproximadamente das pessoas que participaram do projeto tiveram seu primeiro contato com o Sebrae através do Projeto Comércio Total. E esse é nosso objetivo. É levar o Sebrae até as empresas e não esperar que as empresas busquem os nossos escritórios”, diz Christiane Barbosa e Castro, do Sebrae em Vitória.
Entre as empresas beneficiadas, está a lan-house de Saulo Sodré Nunes. Numa consultoria de marketing, ele aprendeu a limpar o visual do ambiente, onde havia propagandas de companhias telefônicas, bancos e operadoras de cartões. Tudo foi para o lixo. Agora os cartazes mostram apenas os serviços prestados pela lan-house e os preços cobrados.
“Existia um excesso de informação no ambiente. Com a consultoria, isso pode ser analisado de forma melhor. Para que a gente pudesse trazer e manter apenas as informações realmente necessárias para o ambiente”, diz o empresário.
A estratégia destaca os serviços. Um deles é a digitação de currículos. E nessa área a empresa tem um diferencial. Mantém um banco de dados com todos os documentos. Assim o cliente paga a digitação apenas uma vez. Depois, quando precisar, paga só a impressão do currículo.
“Todo momento que nós imprimimos um currículo para o cliente, automaticamente já oferecemos para ele um envelope para que ele possa sair daqui com tudo aquilo que ele precisa”, explica o empresário.
Esses clientes ficam satisfeitos e se tornam fiéis à empresa. A lan-house atende 200 pessoas por dia. A maioria acessa a internet nas 12 máquinas disponíveis. Todos os computadores têm câmeras e fones de ouvido com microfones. Os clientes sentam em cadeiras confortáveis. Mas o fundamental para conquistar a clientela é a qualidade da conexão à internet.
Com o projeto Comércio Total, o faturamento da lan-house aumentou 60%.
Os usuários fazem conferências on-line, assistem vídeos e checam e-mails. “Aderimos à velocidade de 35 megas porque justamente nos preocupamos com isso. Porque aqui o cliente acessa muito mais conteúdo em um menor espaço de tempo”, diz Nunes.
Outra empresa beneficiada pelo trabalho do Sebrae é um armarinho, bem no centro de Vitória. As irmãs Cleidemar e Linda Elizeu Miguel têm o negócio há oito anos. Uma consultoria de atendimento ao cliente mudou tudo. “Antes, a gente achava que na hierarquia os proprietários eram os mais importantes da empresa. Hoje nós aprendemos que nós dependemos do cliente e ele é o principal”, avalia Linda.
E a clientela é grande. Todo dia, 300 pessoas compram botão, zíper, linha. É uma variedade enorme de produtos que são muito pequenos. Por isso as sócias pediram ao Sebrae uma consultoria para organizar o estoque. Agora as informações estão no computador.
“Hoje o cliente quer determinada mercadoria, só consultamos no estoque se tem ou não, quantidades. Antes a gente perdia o tempo de procurar, voltar e dizer que não tem. E ainda perco os outros clientes que estão esperando”, revela Cleidemar.
Com o estoque organizado, as empresárias decidiram estudar gestão. Hoje elas conseguem planejar o futuro do negócio. “Nós aprendemos a ter controle de tudo. Do que compra, o que vende, o que gastamos, o que é despesa fixa, o que é despesa variável. Essas coisas ajudaram a ter noção do que realmente é a vida da nossa empresa”, diz Linda.
Estas mudanças aumentaram o faturamento do armarinho em 20%. O próximo passo é ampliar o negócio. A idéia é aproveitar o espaço para oferecer alguns cursos. E vender matéria-prima para os alunos.
Esse sucesso vai ser levado para outras empresas. Neste ano, o trabalho do Sebrae com o comércio popular continua. “O Sebrae agora ele firmou um convênio com a Aderis, que é a Agência de Desenvolvimento em Rede do Espírito Santo, que é uma autarquia ligada ao governo do estado, para fortalecer o projeto. E o valor total do convênio é de R$ 2,2 milhões”.