Formalização dos negócios beneficia empreendedores individuais.

O empreendedor individual pode faturar até R$ 36 mil por ano e ter um funcionário. Nos últimos dois anos, 1,3 milhão de brasileiros formalizaram seu negócio. Em Brasília, empreendedora criou uma butique móvel de roupas femininas.

Empreendedor individual completa 2 anos com 1,3 milhão de formalizados

No Brasil, milhares de pessoas já se beneficiam com a formalização.
A empresária Andréa Carvalho tem uma boutique móvel e se regularizou.

O programa do empreendedor individual completa dois anos e já regularizou a vida de muita gente. Em todo o Brasil, milhares de pessoas já se beneficiam com a formalização dos negócios.

Com uma boutique móvel, Andréa Carvalho é hoje uma empreendedora individual. Ela se integrou ao novo sistema jurídico criado há dois anos com a lei geral das micro e pequenas empresas. Ela fez de uma van uma loja ambulante de roupas femininas pelas ruas de Brasília. Cada semana a empresária estaciona num ponto diferente da cidade.

Com pouco dinheiro e muita criatividade, ela inventou um modelo de negócio. E esse comércio é regularizado. Paga impostos, aceita cartão de crédito e até parcela as compras em quatro vezes.

O empreendedor individual pode faturar até R$ 36 mil por ano e ter um funcionário.

“É um valor considerável para quem está iniciando. E você tem todo o apoio logístico do Sebrae de capacitação, de divulgação, é muito interessante”, afirma Andrea.

Andréa se juntou a um 1,3 milhão de brasileiros que se formalizaram nos últimos dois anos.

“Hoje, todos esses estão na formalidade, contribuindo com a previdência, gerando recurso para os governos, gerando empregos, gerando renda para suas famílias”, afirma Luiz Barretto, presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Andréa paga o imposto e tem direito a benefícios como auxílio-doença, auxílio-maternidade e aposentadoria. Como a empresa está registrada, ela consegue emitir nota fiscal. “O cliente se sente respaldado em estar fazendo negócio, em buscar uma empresa que tem estrutura”, afirma a empresária.

A empreendedora montou uma loja móvel para não pagar o aluguel de um ponto fixo. “A gente preferiu investir num veículo, que é um bem nosso, e a gente tem essa comodidade, de estar indo em vários locais, de ter vários públicos”, diz.

A adaptação custou R$ 15 mil. O veículo ganhou araras e lâmpadas. As gavetas guardam o estoque. “Eu achei uma ideia brilhante, genial. O aproveitamento do espaço perfeito. Achei uma idéia nota dez”, diz a cliente Célia Almeida.

A boutique vende cintos e perfumes. As mulheres buscam roupas formais, para o dia a dia no trabalho. “A jornada da mulher moderna hoje é muito compromissada. E o shopping exige estacionamento, então tem a falta de tempo para isso. A boutique móvel atende a mulher nesse setor”, diz Daniela Santos, cliente.

A regularização melhora a negociação com os fornecedores. Outra vantagem é o uso da maquininha de cartões, liberado pelo banco só depois da formalização. “Hoje, 80% das nossas vendas, são feitas com cartão de crédito”, diz a empresária.

O Sebrae pesquisou o perfil do empreendedor individual. Mais de 10 mil pessoas foram entrevistadas em todos os estados brasileiros. O levantamento mostra que 55% dos formalizados são homens e 45% são mulheres.

Os empreendedores individuais também são jovens: 61% têm menos de 39 anos e 57% deles já tinham um negócio informal.

A pesquisa do Sebrae também mostra que 39% das empresas individuais estão no comércio, 18% na indústria, 7% na construção civil e 36% são prestadoras de serviço.

O empreendedor individual tem mais uma vantagem. A alíquota de contribuição para o INSS caiu de 11% para 5% sobre o valor do salário mínimo. A diferença é que se ele escolher esse modelo de Previdência, só poderá se aposentar por idade.

A contribuição passa a ser R$ 27,25, mais R$ 1 de ICMS para quem está na indústria ou comércio. Em 28% das empresas individuais, o volume de vendas aumentou.

“Para ser formal, poder se aposentar, ter auxílio-doença, ter um CNPJ. Portanto, são várias boas notícias de melhorar o ambiente legal para que a gente possa desenvolver e, quem sabe, ter mais 500 mil novos empreendedores individuais ao longo de 2012”, afirma Barreto.