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No ES, coleta de resíduos dá lucro e ajuda o meio ambiente.
Projeto capacita empreendedores e busca novos clientes.
Clientes desse serviço são empresas que geram muito lixo todos os dias.
O lixo gerado pelas empresas sustenta um mercado promissor no Brasil: a coleta para reciclagem. No Espírito Santo, o negócio é muito lucrativo. Existe até um projeto para capacitar empreendedores do setor e buscar novos clientes.
Dezoito empresas fazem parte do projeto criado pelo Sebrae em parceira com o Instituto de Meio Ambiente e o Instituto de Ações Sociais do Espírito Santo. O objetivo é reaproveitar as sobras, os resíduos de materiais descartados por lojas, fábricas e indústrias.
“A nossa intenção é fazer com que o resíduo que hoje é ainda enterrado ou que sai do estado pra ser vendido fora, ele fique no estado e possa se transformar em nova matéria prima”, diz Célia Perin, do Sebrae de Vitória/ES.
Além de preservar o meio ambiente, o trabalho ajuda a criar novos empregos e a aumentar a arrecadação do estado. Os clientes desse serviço são empresas que geram muito lixo todos os dias.
Uma concessionária de carros descarta 37 mil litros de óleo por ano. E mais 16 mil quilos de resíduos sólidos, como embalagens, filtros e lâmpadas. Por menos de mil reais por mês, uma das empresas do projeto leva todo esse lixo embora.
“O óleo vai para refino, as embalagens vão para a reciclagem, os filtros para reciclagem, a borra para a indústria do cimento”, diz o empresário Alexandre Vargas de França, dono da empresa que recolhe os resíduos.
O caminhão chega cedo e recolhe o óleo e outros materiais, como a areia que cai do carro durante a lavagem. A mistura de água, terra e óleo é separada em uma caixa.
Com o trabalho de coleta, a concessionária conseguiu a certificação iso 14001. é um documento reconhecido no mundo inteiro. Ele define como uma empresa deve agir em relação aos cuidados com o meio ambiente. Além de ajudar a natureza, a ISO 14001 é uma plataforma de marketing para a concessionária, que já vende 120 carros novos e 60 usados por mês.
“O cliente também na compra do veículo ele sabe que ali tem a conscientização ambiental”, diz Niemayer Oliveira, gerente da concessionária.
A preocupação com a natureza é tão grande que Niemayer verifica a coleta pelo computador enquanto trabalha. A concessionária tem acesso a um sistema de rastreamento exclusivo, que acompanha o lixo até o momento do descarte. São informações importantes para mostrar nas inspeções que são feitas pelos auditores da ISO 14001.
“A gente tem todas as respostas necessárias para demonstrar que o resíduo tem o destino correto”, diz.
Quando sai da concessionária, o resíduo é levado para a sede da coletadora, no município de Serra, a 30 quilômetros da capital do estado, Vitória. Lá o material é classificado: as embalagens são prensadas e os filtros são divididos, metal para um lado, papel para o outro. A coletadora recolhe o lixo de 800 clientes.
A empresa coleta seis mil toneladas de resíduos contaminados por ano e faz o descarte em várias partes do país. O óleo vai para Minas Gerais, as embalagens para o Rio Grande do Sul, as lâmpadas acabam no interior de São Paulo. Mas, existe um plano para manter todo esse material aqui no Espírito Santo.
O lixo vai ser levado para um terreno de 4,5 mil metros quadrados. As coletadoras vão dividir os custos e o espaço e vão negociar a venda do lixo coletivamente. Assim, o custo do frete vai diminuir.
Novos mercados
Melhorar os resultados financeiros das empresas é justamente o objetivo do Sebrae. Por isso o projeto busca novos mercados: os empresários já foram levados para feiras no Rio Grande do Sul e em São Paulo.
“O nosso objetivo é expandir o nosso negócio através de parcerias com empresas de outros estados, levando a nossa tecnologia, o nosso conhecimento, o nosso know-how no gerenciamento de resíduos”, diz o empresário Alexandre.
O futuro do segmento é promissor. O número de empresas que faz o descarte adequado do lixo é muito pequeno – existem milhares de clientes para conquistar.
“Esse é um trabalho que a gente tem que fazer em longo prazo. Até que todas as empresas se conscientizem e comecem a ver esse lado, que não é só a questão do lado ambiental, que existe pressão hoje, mas pelo lado econômico, vale a pena desenvolver esse trabalho”, diz Célia, do Sebrae.