Fabricação de peteca - Belo Horizonte é capital da peteca e abre espaço para negócios.
Em MG, são mais de 20 fábricas que atendem mercado interno e exportam.
Belo Horizonte é capital da peteca e abre espaço para negócios.
Em MG, são mais de 20 fábricas que atendem mercado interno e exportam.
São cerca de 1,5 milhão de praticantes em todo o estado.
Belo Horizonte, a capital mineira, é também a capital nacional da peteca. A fabricação de petecas é um grande negócio e já ganhou o mundo. São mais de 20 fábricas que além de atender ao mercado interno, exportam para vários países.
O estado de Minas Gerais é famoso pelas belas paisagens, pelo patrimônio histórico e culinária típica. O que nem todo mundo sabe é que o estado também é referência num esporte que começou como uma brincadeira e hoje busca a profissionalização, um jogo que é paixão dos mineiros, e a cada dia ganha mais adeptos: clube que se preza tem uma quadra para jogar peteca.
São cerca de 1,5 milhão de praticantes em todo o estado, um público disputado pelas fábricas daqui, que juntas produzem mais de três mil petecas por dia. Nessa briga, vale o esforço e a técnica para produzir petecas cada vez melhores.
O jogo é parecido com o de vôlei. Joga-se numa quadra, dividida por uma rede. Leve, rápida e certeira, a peteca vai de mão em mão, de um lado para o outro.
O objetivo é fazer a peteca tocar o chão no campo adversário. Segundo o diretor de um clube em Belo Horizonte, Sergio Freitas, ganha quem tem habilidade e oportunismo. “No ataque, é enterrar a peteca de toda forma, chegou, enterrando, você tem um movimento de cravada que é fundamental e acaba com o jogo numa partida decisiva”, diz.
Nós temos dois grandes fabricantes aqui no estado que atendem o Brasil e até o exterior. Então a perspectiva é boa"Marcio Pedrosa, presidente da Confederação Brasileira de PetecaO clube consome 300 petecas por mês. Depois do futebol, é o esporte mais popular daqui.
O presidente da confederação brasileira diz que a peteca está mesmo em alta. Para Marcio Pedrosa, é um produto de consumo constante e crescente, com fabricação concentrada no estado mineiro.
“Há um campo muito grande, né? Nós temos dois grandes fabricantes aqui no estado que atendem o Brasil e até o exterior. Então a perspectiva é boa”, diz Pedrosa.
Uma das principais fábricas de peteca de Minas Gerais foi montada pelo empresário Mário Mesquita em 1983. “Começamos bem jovens, no fundo da minha casa, improvisamos uma máquina, cortávamos as penas com tesoura, era bem simples. Mas, foi o início”, revela.
Fábrica
De lá para cá, o empresário ampliou e modernizou a fábrica. Hoje, a produção é dividida em duas etapas. Em um setor é feita a base do produto. A matéria prima é câmara de pneu. Esta máquina corta a borracha em círculos com 52 milímetros de diâmetro. São oito camadas sobrepostas, presas por grampos.
A parte de cima das petecas é feita no outro setor. Até hoje, o material usado é o mesmo: penas de peru de granja. “É leve, resistente, e até hoje não encontramos nada para substituí-la”, afirma Mesquita.
No primeiro passo da produção, as penas são desempenadas, esticadas cuidadosamente com a ajuda de um ferro de passar. Depois vão para o corte. Segundo a norma técnica, a pena tem de ter 18,5 cm de altura.
Um detalhe curioso: os equipamentos do setor da fábrica foram desenvolvidos pelo próprio empresário
“Nós projetamos porque, no mercado, não existia esse tipo de máquina (...).Tem um cilindro hidráulico, com a tesoura mecânica, ela com facilidade e rapidez corta as penas, padronizando e deixando a pena picotada.
Depois de cortadas, as quatro penas são encaixadas sob pressão na base de borracha. O produto recebe acabamento e adesivos. No final, cada peteca sai com peso padrão de quarenta e dois gramas, e uma certeza: em cada detalhe, a busca pela eficiência e conforto do produto.
No jogo, a peteca chega a bater centenas de vezes na palma da mão. Para não machucar muito, foi desenvolvido um amortecedor na base de borracha. As penas são responsáveis pela aerodinâmica do produto, dão velocidade e direção e fazem a peteca cortar o ar como uma flecha.
Para montar uma fábrica de petecas, o investimento é de R$ 100 mil. O dinheiro é para reformar o espaço, comprar e adaptar equipamentos como a prensa e máquina de corte.
Hoje a fábrica de Mesquita produz 500 petecas por dia. Além do modelo oficial, faz um colorido, de E.V.A, mais macio, para crianças e iniciantes. A empresa também fabrica acessórios, como estojo para peteca e fita para marcação de quadra - 65 % do mercado da fábrica ainda está em Minas Gerais.
Exportação
Hoje a empresa exporta 15% da produção, para a Europa, Estados Unidos e Canadá.
“A peteca tem crescido para o mundo. Os franceses estão implantando a peteca lá e ganhando dinheiro com a peteca. Tivemos aqui ingleses gravando tudo para levar para a Inglaterra então ela dá oportunidade não só para a peteca como para outros acessórios, equipamentos e para diversos tipos de pessoas que queiram investir no mercado.”