Fabricação de sorvete - Empresário aposta na fabricação de sorvetes exóticos em São Paulo.
Empresa em SP aposta em sabores de frutas típicas do norte e nordeste.
Empresário aposta na fabricação de sorvetes exóticos em São Paulo.

Empresa em SP aposta em sabores de frutas típicas do norte e nordeste.
90% do mercado de sorvetes no Brasil é de micro e pequenas empresas.

As micros e pequenas empresas são responsáveis por 90% do mercado de produção e venda de sorvetes no Brasil. Em São Paulo, um empresário apostou na fabricação de sorvetes com sabores exóticos para se diferenciar da concorrência e crescer.

A sorveteria de Rogério Hamam se especializou em produzir sorvetes exóticos com as frutas típicas das regiões norte e nordeste do país, como cupuaçu, açaí e castanha-do-pará, além de sabores como taperebá e tapioca. O empresário é um apaixonado por sorvetes, que transformou o gosto em grande negócio.

“A gente tem sorveterias italianas muito boas, conceituadas, tem sorvetes de muita qualidade, mas não com o sabor do Brasil. É um mercado que não estava explorado em são Paulo e a gente resolveu ir a fundo neste segmento”, afirma Hamam.

O empresário faz dois tipos de sorvetes: a base de leite e com polpa de frutas e água. Para os dois processos é utilizada uma máquina, a mesma dos sorvetes italianos, que deixa a massa com uma consistência diferenciada.

“O perfil do consumidor paulistano é muito exigente, então ele não pode sentir o gelinho do sorvete, que é um sorvete que lembra mais o sorvete caseiro que é fabricado no norte nordeste”, explica.

A curiosidade por sabores, muitas vezes desconhecidos em São Paulo, atrai a maioria dos clientes. Mas é a qualidade que faz com que ele volteO preparo leva cerca de 30 minutos. No sorvete a base de leite, os ingredientes são creme de leite, leite em pó, frutas ou saborizantes. Tudo é pesado, misturado e depois a massa é pasteurizada a 75 graus antes de ser resfriada.

“Cada sorvete tem a sua personalidade, o seu jeito de ser cuidado, então a gente tem que respeitar a consistência de cada um deles e ter um ponto certo de ser retirado da máquina”, diz o empresário.

Depois os sorvetes vão para as embalagens e permanecem no freezer por uma hora. O próximo passo é colocar na vitrine a uma temperatura de 14 graus para que os clientes possam apreciar.

Mais de cem receitas
Quem chega na sorveteria pode escolher entre 36 sabores, contudo, ao todo a loja trabalha com mais de cem receitas diferentes, alternando a produção. São combinações de frutas exóticas e também de sabores mais comuns como de chocolate e morango. E seja qual for a opção, a variedade conquista até mesmo os paladares mais tradicionais.

A curiosidade por sabores, muitas vezes desconhecidos em São Paulo, atrai a maioria dos clientes. Mas é a qualidade que faz com que ele volte.

“Os dois que eu experimentei adorei e acabei chupando neste momento o de jabuticaba”, revela a consumidora Eliene Dangelo Saghi.

Hoje, Rogério Hamam é dono de duas sorveterias em São Paulo. O investimento para montar o negócio foi de R$ 400 mil em maquinários, estoque de produtos e contratação de funcionários.

No verão, o empresário atende cerca de 500 clientes por semana. Aos sábados e domingos, a movimentação dobra. O consumo chega a 100 litros de sorvete. O mais pedido é o de taperebá.
“Nunca ouvi falar desta fruta. Experimentei. Muito gostosa. Azedinha do jeito que eu gosto, de fruta azeda”, diz a consumidora Raquel Peixoto.

Estratégia para o inverno
O sorvete é servido em cestinhas ou casquinhas de wafer. Uma bola custa R$ 6. Quem pede três, ganha um belo desconto e paga R$ 10. O faturamento médio da empresa é de R$ 35 mil.

Para garantir clientes também no inverno, Rogério Hamam incluiu no cardápio delícias como tapiocas doces e salgadas montadas na hora com diversos tipos de recheios, como goiabada com requeijão e queijo coalho. “Hoje, [esse cardápio] corresponde a 15%, 20% do faturamento da loja e a gente espera que ele chegue até 40% nos períodos de inverno”, afirma o empresário.

Clientes diversificados
Hamam atende também 30 clientes entre bares e restaurantes. Em um deles, especializado em comida nordestina, o sorvete é uma das opções de sobremesa. Por semana, o restaurante compra 20 litros de sorvete. O gasto mensal é de R$ 1,5 mil. No cardápio, quatro sabores: taperebá, graviola, açaí e cupuaçu.

“Eu já experimentei sorvetes exóticos em várias partes do Brasil e não sabia que perto do escritório eu podia encontrar um sorvete exótico no meio de São Paulo”, afirma Tatiana Taulois.

Consumo
Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Sorvetes, os números do setor são animadores. De 2002 a 2009, o consumo no Brasil aumentou 40% e o mercado já movimenta R$ 3 bilhões por ano.

“Nós estamos consumindo, produzindo quase um bilhão de litros e isso dividido em 10 mil empresas, aproximadamente. Delas, 90% são micro e pequenas empresas. Aquela empresa de bairro, aquela empresa familiar (...). Nós temos mercado para todo mundo cada um tem que localizar e achar o seu nicho”, diz Eduardo Weisberg, presidente da entidade.

“Com o projeto que a gente tem, de abrir mais 3 lojas até o final do ano, o faturamento deve subir, deve chegar bem próximo de R$ 1 milhão”, diz Hamam.
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