Cooperativa do Paraná transforma os malotes dos carteiros em bolsas.

Este trabalho de reciclagem já sustenta muitas famílias.

No Paraná, um grupo de costureiras reaproveita tecidos velhos de malotes usados pelos Correios para criar novos produtos. Este trabalho de reciclagem já sustenta muitas famílias.

Este grupo de mulheres dá uma aula de como transformar lixo em dinheiro. Os malotes velhos e descartados dos correios são transformados em bolsas e mochilas.

E os uniformes dos 56 mil carteiros do Brasil também vão para a reciclagem. As camisetas viram estopas que são vendidas para gráficas e oficinas. Esse trabalho é feito por três cooperativas. Uma delas fica aqui em Toledo, no oeste do estado, onde o material que seria queimado num lixão sustenta 22 famílias.

Essas mulheres fazem parte da Coopermesa, a Cooperativa de Artesãs da cidade. O Sebrae incluiu a Coopermesa no Projeto Moda Oeste. Participam do programa 55 empresas têxteis, em 16 cidades. Todas estudam design e planejamento financeiro.

“Técnicas de gestão, de qualidade, de finanças, de mercado, no caso de marketing. Ela teve noções gerais e básicas de como administrar uma empresa de indústria têxtil, uma pequena empresa. Aplicação imediata. Ela teve aqui, já comprovado, redução de desperdício, aumenta da qualidade, aumento de produção”, afirma Alan Alex Debus, do Sebrae - PR.

Os correios doam o material através de um projeto chamado Eco Postal.

“Ele vem ainda com uma excelente qualidade, dá para a gente fazer produtos muito bons com o malote”, disse o presidente da Coopermesa, Geni Theobald.

“Nós estamos contribuindo para a preservação do meio ambiente, a gente está contribuindo para a subsistência dessas famílias associadas às cooperativas e também gerando uma economia para a empresa com o descarte que nós deixamos de fazer que seria a incineração desse material”, afirmou o gerente dos Correios em Toledo, Valdemir Burin.

Os Correios descartam 40 toneladas de malotes e uniformes por ano. Aqui na cooperativa o material é cortado e lavado antes do uso.

O desafio é transformar a matéria-prima em novos produtos aqui, as costureiras fazem bolsas femininas. O produto ganha pinturas com ícones da cultura paranaense.

As mochilas e pastas universitárias são confeccionadas com a lona verde dos malotes e tecidos de outras cores. São fabricadas 40 unidades por mês. As bolsas e mochilas custam entre R$40 e R$80.

“Conseguimos chegar aos universitários com a proposta de estar trocando a sacola de nylon, que tem pouca durabilidade, por uma de lona. Levamos o produto até eles. Fomos com barracas para dentro das faculdades”, contou Geni Theobald.

E as estopas feitas com as camisetas dos carteiros também são importantes para o faturamento. A produção chega a quase duas toneladas mensais.

“O dinheiro das vendas é reinvestido em equipamentos. Todas as 15 máquinas de costura e três de corte são novas. Assim a cooperativa que nasceu com um capital de R$80, já tem um patrimônio de R$55 mil”, disse Gustavo Gonçalves.

A evolução aconteceu em apenas três anos de trabalho. O que sobra do valor arrecadado é dividido de acordo com a produção individual de cada cooperada. Quem trabalha mais, ganha mais. A remuneração fica em torno de R$500.

“Você sabendo que está tirando o seu próprio salário e ainda sabendo que você é a própria dona do empreendimento, é muito bom isso”, contou a cooperada Rosani Dallavecchia.

“Maravilha ser dona do próprio negócio. Eu gosto. A gente sabe que está caminhado prá ir prá frente”, afirmou a outra cooperada Albina de Alencar Costa.

Geni Theobald, a presidente da cooperativa, venceu o prêmio Sebrae Mulher de Negócios em 2009, na categoria negócios coletivos.

“Foi bastante difícil, mas valeu à pena. Porque a credibilidade naquilo que a gente estava fazendo, no produto que a gente estava fazendo, deu certo”, lembrou Geni.

O modelo de sucessão familiar, tão comum na iniciativa privada, também pode dar certo numa cooperativa de costureiras.

“É um projeto que está gerando renda, que está empregando pessoas, está tirando pessoas de uma situação até talvez de miséria, trazendo para que possa ter uma renda e abrindo uma perspectiva talvez até para outras gerações”, completou Alan Alex Debus, do Sebrae.


Contato das empresas mostradas na reportagem:

SEBRAE/PR
Avenida Parigot de Souza, 2339 – Centro
CEP: 85905-380 – Toledo/PR
Tel.: (45) 3252-0631
www.sebraepr.com.br
Consultor: Alan Alex Debus
Assessoria de Imprensa: Leandro Donatti
Tel.: (41) 3330-5895

COOPERMESA
Cooperativa de Mulheres Empreendedoras Sociais em Ação
Rua Willy Wey, 5290 – Jardim Coopagro
CEP: 85903-460 – Toledo/PR
Tel.: (45) 3378-1420
coopermesa.blogspot.com
coopermesa@hotmail.com
Presidente: Geni Theobald

CORREIOS/PR
Comitê de Responsabilidade Sócio Ambiental
Tel.: (41) 3310-2408