Turismo ecológico - Trilhas ecológicas atraem turistas para o interior do Rio Grande do Sul.
Os visitantes acabaram impulsionando as vendas na região da Costa Doce. Mas a ajuda do Sebrae foi fundamental.
Trilhas ecológicas atraem turistas para o interior do Rio Grande do Sul.

Os visitantes acabaram impulsionando as vendas na região da Costa Doce. Mas a ajuda do Sebrae foi fundamental.

As montanhas do Rio Grande do Sul recebem visitantes em busca de aventura. E os restaurantes da região lucram mais com os novos turistas. Confira!

O patrimônio natural da região chamada Costa Doce, do Rio Grande do Sul, atrai cada vez mais visitantes.

São morros, grandes pedras e mata nativa. E as trilhas desafiam toda a resistência física. No local, o Sebrae criou um projeto para aproveitar todo o potencial turístico de 12 cidades.

“Hoje, nós temos 65 meios de hospedagem e agências de turismo participando desse projeto Hospitalidade na Costa Doce”, contou Jussara Cruz Argoud, consultora do Sebrae do Rio Grande do Sul.

A praça central do município de Sertão Santana é o ponto de encontro de moradores e turistas. No local, fica a lanchonete de Vanderlei Papke Deise.

“O turismo veio agregar valor ao nosso negócio. Através do turista, nós alavancamos nossas vendas. A média do meu faturamento tem aumentado em torno de 3% a 5%”, explicou o empresário.

O Sebrae orientou o empresário a montar o cardápio para atender aos turistas. Inclusive, ele criou um kit com água, hidrotônico ou suco, barra de cereal e frutas da época, como banana e maça. O kit para os trilheiros custa entre R$ 7 e R$ 10.

“É um sucesso. O pessoal vem aqui e compra bastante esse kit para fazer a trilha”, disse Vanderlei Papke Deise.

O projeto começou em 2008 em Sertão Santana. O número de visitantes aumentou de 100 para 600 por ano. Para divulgar as trilhas ecológicas da cidade, o Sebrae criou uma propaganda nas embalagens de arroz.

Os turistas vão para a zona rural de Sertão Santana e escolhem entre cinco trilhas ecológicas. Elas ficam dentro de fazendas e os proprietários cobram R$ 10 por pessoa.

“O turismo é um meio de preservar as nossas matas nativas que ainda restam no meio ambiente”, explicou o fazendeiro Evandro Brauwers Losch.

Antes de conhecer a Trilha das Pedras Abraçadas, os turistas fazem alongamento. E eles recebem as últimas instruções do guia: “A mata é uma mata bem fechada. Têm muitas espécies da Mata Atlântica. Então, a gente tem que ir com calma. Caminhar com bastante calma”.

Os primeiros passos são no barro. Mas, logo, eles entram na mata. O tronco caído é só um dos obstáculos. A trilha é feita de descidas e subidas.

Quando bate o cansaço, galhos e cipós ajudam a manter o equilíbrio. A solidariedade evita tombos. É preciso fôlego e muita água.

Os trilheiros passam por fendas entre as rochas. Grandes pedras são abraçadas por cipós. E, em muitos trechos, esse é o único barulho.

O projeto do Sebrae capacitou quatro guias de turismo para atuar nas trilhas. “Chega aqui e vê aquela imensidão. Vê que o mundo não é só aquilo que a gente vê em casa, da janela. Vale muito a pena mesmo”, declarou o trilheiro e estudante de turismo Miguel Pezzoli.

O exercício deixa todos famintos. E um restaurante tem um espaço exclusivo para os turistas. Maximiliano Bonness e o pai dele, Flavio Luiz, comandam o negócio. O salão tem 60 lugares.

“É um espaço reservado, onde ele chega, tem um banheiro, pode se lavar, se ajeitar certinho. Aí vai, senta, se acomoda e tem o pessoal que vai atender eles”, declarou o empresário Maximiliano Bonness.

No começo do projeto, o restaurante atendia 10 pessoas no almoço. Hoje, serve 70. E, nas noites de sábado, quando os trilheiros estão na cidade, vende 400 pizzas.

O trabalho para atrair turistas para Sertão Santana continua. Porém, com cuidado para não receber mais visitantes do que a estrutura comporta. A meta é ganhar dinheiro sem destruir a mata nativa.

“O Sebrae tem trabalhado para divulgar a região da Costa Doce, pelas belezas naturais que essa região tem que ainda estão quase inexploradas. Nós queremos, sim, ampliar o fluxo de turistas para a Costa Doce”, informou Jussara Cruz Argoud.
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