Farmácias de manipulação montam uma central de negócios no Sul de Minas.

Com a união, as empresas fazem compras em conjunto, os preços ficam reduzidos e se fortalecem.

Em Minas Gerais, as farmácias de manipulação se unem numa central de negócios e se fortalecem com a parceria. Confira!

A grande concentração de farmácias de manipulação na região de Três Corações favoreceu a criação de uma central de negócios. São 20 empresas em 16 cidades. Quatro delas ficam em Três Corações.

Uma das farmácias pertence à Fabiana Pereira Bossi, que está no ramo há 14 anos. Com o surgimento da central, em 2007, o negócio melhorou. Com a Farmasul, os concorrentes viraram parceiros.

“Hoje em dia, a gente troca experiência, tem o maior entrosamento. Nós viramos parceiros para que o segmento cresça e todo mundo cresça junto”, diz Fabiana.

Três Corações, no sul de Minas, é um exemplo de que as centrais de negócios estão cada vez mais presentes na economia brasileira. O Sebrae ajuda quase 600 grupos em todo o país. Eles já representam 4% do PIB nacional.

“Nós precisamos fortalecer os empresários de micro e pequenas empresas. A central de negócios trabalha todo esse processo: para que eles se fortaleçam, possam se manter no mercado com qualidade, ampliando o mercado, aumentando seu capital, aumentando faturamento”, destaca Algeny Gomes Ferreira, do Sebrae – MG.

E assim aconteceu com a empresária Fabiana Pereira Bossi. Em três anos, o faturamento dela aumentou 40%. Ela até já abriu uma filial em Varginha. Para as empresas, o sucesso está na central de negócios. Com a união, as empresas fazem compras em conjunto e os preços ficam reduzidos.

“20% mais ou menos é a média que a gente já conseguiu diminuir dos valores que a gente pagava”, diz Fabiana.

A central de negócios unificou ainda o treinamento de funcionários. As farmácias se reúnem e fazem um curso único para os empregados de todas as empresas.

“Ao invés de eles terem que levar o colaborador até Belo Horizonte, pagar transporte, hospedagem, além do curso, hoje esse consultor, esse profissional vem até aqui. Porque ele não vai capacitar cinco ou seis. Ele vai capacitar 50, 60, 70”, explica Algeny Ferreira.

Fabiana Bossi inscreveu três funcionários num curso e pagou só R$ 75. “O foco nosso é pessoas. Nós temos uma equipe muito unida, muito empenhada em fazer o negócio crescer”, conta ela.

Os farmacêuticos misturam mais de 1,5 mil ingredientes e fazem 4 mil formulações por mês. No Brasil, o setor de medicamentos manipulados já movimenta R$ 25 bilhões por ano. A Farmasul, a central de negócios, de Três Corações, atende os moradores de toda região.

“O medicamento industrializado não pode atender pequenas populações. Ele é feito em grandes lotes, são preparados em série, são para atender a grande maioria da população. Mas a gente sabe que existem necessidades específicas”, destaca Elisabeth Bomtempo, diretora da Farmasul.

As farmácias de manipulação são mais flexíveis. Pessoas idosas, que tomam muitos remédios, ganham uma atenção especial. Cada fórmula é entregue numa cápsula de cor diferente. Isso evita que o paciente se confunda e tome o medicamento errado.

Mas, se o cliente preferir e o médico concordar, existe outra opção: “A gente consegue agregar os cinco medicamentos numa cápsula só. Ele passa a tomar um medicamento, só uma cápsula, é muito mais fácil de ele controlar”, afirma Fabiana.

A Farmasul desenvolveu uma campanha para esclarecer os médicos da região e realizam visitas de orientação. “Nós visitamos os médicos para trazer atualizações científicas, atualizações de formulações”, diz Fabiana.

O urologista Cláudio de Souza conhece as vantagens do medicamento manipulado. “Tenho o hábito de mandar para as farmácias de manipulação porque existe um benefício muito grande para o paciente. Primeiro, porque o remédio é a mesma coisa do remédio industrializado. Segundo, porque o custo é muito menor”, garante.

E os pacientes concordam: “Ele fica mais barato, sendo manipulado. Na farmácia sai bem mais caro”, diz a cliente Ivanilde Silva Terra.

As 20 farmácias do grupo faturam quase R$ 5 milhões por ano. A meta é chegar aos R$ 11 milhões. Para isso, as empresas vão criar novos pontos de venda.

“O planejamento estratégico da Farmasul é criar uma farmácia coletiva, onde todos os participantes da Farmasul sejam sócios e estejam em cidades onde ainda não existem farmácias que pertençam à rede Farmasul”, defende Algeny Gomes Ferreira.