Mercado textil - Pequenas empresas lucram com mercado da indústria têxtil.
Pequenas empresas lucram com mercado da indústria têxtil.
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Pequenas empresas lucram com mercado da indústria têxtil.
Para trabalhar com estamparia digital, é preciso ficar atento ao mercado. Neste negócio, as vendas variam conforme o clima. No verão, os pedidos aumentam 20%.
O faturamento anual do setor deverá chegar a US$ 50 bilhões este ano. E pequenas empresas participam da cadeia produtiva deste lucrativo negócio. Elas fornecem matéria-prima e produtos para estamparias e confecções.
Em uma empresa, em Campinas, no interior de São Paulo, a estampa é feita pelo sistema digital.
O empresário Edgard Trabulsi Aun trabalha com o mercado têxtil há 20 anos. Em 2001, ele percebeu que fecharia bons negócios com a estamparia digital, um processo informatizado que imprime o desenho direto do computador para o tecido. Ao contrário da estamparia tradicional que precisa de matrizes e imprime a estampa por etapas.

Para começar, Edgard investiu R$ 300 mil na compra de duas máquinas: uma de impressão e outra de acabamento.
“Com a estamparia digital, o cliente tem a possibilidade de fazer pequenos pedidos, não há o porquê de gravar matrizes, quadros ou cilindros, no caso da indústria têxtil, então o cliente ele tem uma agilidade de entrega, uma qualidade incomparável quando comparado ao processo convencional e tem a possibilidade dele não ter estoque”, diz o empresário.
O trabalho pode ser feito de duas formas: ou o cliente envia o desenho pronto de como quer a estampa no tecido ou a arte é desenvolvida na própria empresa.
“A estampa digital basicamente é focada em exclusividade porque hoje em dia o mercado não quer o que todo mundo tem, ele quer uma coisa que seja dele”, conta Michele Bertoni, coordenadora de vendas.
Hoje Edgard Aun tem 30 funcionários e também trabalha com equipamentos importados. A produção é rápida. O computador dá os comandos para que a impressora industrial comece a estampar cores e desenhos variados.
“A cada dois anos, praticamente, as máquinas dobram a velocidade. O que começou como uma mostra, já estamos fazendo produções e a partir de 2011, nós devemos dobrar a nossa capacidade de produção podendo fazer até 100 mil metros/mês de estamparia digital.
A empresa tem 180 confecções cadastradas como clientes e cobra de R$ 15 a R$ 30 pelo metro do tecido estampado.
“Nossa margem de lucro é por volta de uns 15% líquido. quanto ao crescimento do mercado, o mercado mundial de estamparia digital vem crescendo 15% ao ano mas no Brasil, com essa ascensão da estamparia, e acredito que até 2014, 2016, vai continuar nessa ascensão, creio que esse mercado vai ter uma ascensão de 25% ao ano”, revela Edgard.
Para trabalhar com estamparia digital, é preciso ficar atento ao mercado. Neste negócio, as vendas variam conforme o clima. No verão, os pedidos aumentam 20%, período em que as coleções pedem mais cores e estampas.
“O Brasil está se formando como um país de roupas estampadas, eu acredito que até os Jogos Olímpicos e até a Copa do Mundo, esse mercado vai ser crescente e nós estamos investindo de acordo com os estudos e com projeções de que as estamparias estão aí e para ficar para os próximos seis anos”, comenta Edgard.
Uma loja em São Paulo vende roupas com tecidos fabricados pelo empresário Edgard Aun. A loja tem confecção própria de vestidos, calças e blusas. Todas as peças têm estampas digitais e por ano são usados mais de 3 mil metros de tecidos.
“Os pedidos da estamparia digital, nesta loja, são 80% do nosso faturamento. as pessoas já estão acostumadas e elas vêm em massa. Nós comercializamos, por dia, uma média, de 50 a 60 modelos de estamparia digital”, diz a cliente Preta Nascimento.
Outra empresa trabalha com o fornecimento de material para a aplicação de estampas em tecidos. O empresário Valter Zuanella tem dois produtos: a película em PVC e o transfer com papel.
A produção da estamparia funciona como uma gráfica.
Antes de começar a impressão em larga escala, uma peça-modelo é testada em uma máquina. Isso se repete em cada pedido diferente feito à fábrica. o teste garante a exatidão das cores, do modelo e do formato do desenho porque o que está no papel não é exatamente o que vê no tecido.

O transfer com papel é usado por confecções que trabalham apenas com poliéster.
O custo da impressão de cada folha é de R$ 2.
“A gente tem uma capacidade de produção de um milhão e meio de folhas por mês. isso gera mais ou menos de 15 a 20% de lucro mensal”, conta o empresário Valter Zuanella.
E nas estampas com película em pvc, o empresário vende mil e 500 bobinas, por mês. O metro custa em média R$ 30.
"O investimento inicial para começar um trabalho utilizando as bobinas de recorte gira em torno de R$ 10 a R$ 15 mil. Isso compreende uma máquina, uma ploter de recorte, um computador, uma máquina de transferência e algumas bobinas pra começar o serviço", diz o empresário.
Aguinaldo Almeida Silva compra as bobinas do empresário Valter Zuanella para fazer estampas em pvc. O faturamento mensal dele é de R$ 10 mil.
“Eu achei interessante pelo baixo investimento e o alto custo benefício, eu consigo com pouco recurso, eu consigo estampar camisetas de material esportivo, pra eventos, pra artigos religiosos, e é um material fácil rápido pra fazer e não necessita de muito espaço, de muito investimento e dá um retorno muito satisfatório”, diz ele.
As pequenas empresas são responsáveis por 40% de todo o faturamento do setor, segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil.
“As micro e pequenas, elas crescem bastante no nosso setor, especialmente na área de confecção, onde o investimento tecnológico e financeiro é menor, quando comparado a sub setores como fiação e tecelagem, e elas tornam-se competitivas cada vez mais no mercado interno e também cada vez mais no mercado externo”, diz Lilian Kaddissi, da Associação Brasileira Indústria Têxtil.

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