Estratégia para ganhar mercado - Quitandas diversificam produtos para ganhar mercado.
As tradicionais quitandas agregam serviços para atender ao consumidor. Com mais opções, driblam a concorrência com os supermercados e feiras livres.
Quitandas diversificam produtos para ganhar mercado.
As tradicionais quitandas agregam serviços para atender ao consumidor. Com mais opções, driblam a concorrência com os supermercados e feiras livres.
Uma quitanda que quase virou um supermercado. Lá tem de tudo: frutas, verduras, carne, produtos para mercearia e até pet shop. O dono é o japonês Sussumu Onishi: um empresário que aprendeu a tirar o máximo de um negócio.
“A gente começou a incrementar a quitanda com produtos para fazer uma feira só. Assim, o cliente chega aqui e não precisa sair para o supermercado”, explica Onishi.
A quitanda existe desde 2002. Fica em um galpão alugado, de 800 metros quadrados. O empresário subloca parte do espaço para pequenas lojas, que vendem frios e laticínios. Com isso, ele recupera 30 % do valor do aluguel.
Hoje, para montar um negócio como este, o empresário calcula um investimento de pelo menos R$ 100 mil. A quitanda é responsável pela maior parte do faturamento: 60%. Lá, frutas, verduras e legumes chegam todos os dias.
O desafio de vender hortifruti é lidar com as perdas que no verão chegam a 20%, mas lá, parte dos produtos maduros tem destino certo. Eles são lavados, cortados e embalados e o que seria perda se transforma na seção mais lucrativa do negócio. Bandejas de saladas de frutas ganham vida útil na geladeira e são vendidas pelo triplo do preço do produto inteiro.
As bandejas coloridas e bem montadas atraem o consumidor que busca praticidade.
“Eu levo para o trabalho, almoço e em seguida já como a fruta. Sem ter o trabalho de lavar, cortar. Então realmente é muito mais prático”, diz a cliente Débora Domingos.
Já a mercearia tem mais de 500 itens. São artigos com prazo de validade longo e o estoque é bom. Desde produtos de limpeza a enlatados, doces, orgânicos e até panelas.
Com tanta variedade, o empresário enfrenta a concorrência de supermercados e até feiras livres. Na frente da quitanda, também tem o tradicional pastel.
“Já faço a compra e aproveito para comer um pastel da Dona Maria”, avisa o cliente Rogério Féliz.
Lanchonete integrada
Um outro negócio é mais um exemplo de bom aproveitamento do potencial de mercado. No início, os empresários Marco Aurélio e Noemi Novais tinham só uma banquinha de frutas. Mas logo descobriram que o negócio podia ser maior. Em 2004, eles montaram uma lanchonete integrada.
“A lanchonete dobrou o faturamento. O cliente que vinha buscar o serviço de frutas passou a consumir lanches e sucos. Foi muito bom”, elogia Noemi.
O investimento para montar uma lanchonete - quitanda é de R$ 25 mil. O dinheiro inclui mobiliário, balcão e equipamentos de cozinha.
A lanchonete tem 50 metros quadrados, capacidade para 30 lugares e funciona até as 22h. As vendas são tímidas no frio, e triplicam no verão, com a criatividade dos empresários.
“No verão, nós colocamos o coco. Servimos o coco verde mesmo. Em média, vendemos 200 cocos por dia e também os sucos naturais que saem bastante”, conta a empresária.
Com as mesmas frutas saem mais de 50 tipos de sucos da lanchonete, sem contar as saladas de frutas ou porções. E a lucratividade aumenta. Um abacaxi inteiro, por exemplo, que custa R$ 5, se transforma em quatro pedaços vendidos a R$ 2 cada.
Aumento de 60 % no valor de venda.
O negócio atende 400 clientes por mês. O sucesso deve-se às facilidades criadas para o consumidor, e até entregues na casa do cliente.
“Compro tudo já picadinho, nos saquinhos. O abacaxi já me traz descascado”, avisa a cliente Dilce Ferreira.
Hoje a lanchonete-quitanda é uma lição de negócio para outros pequenos empresários. Um exemplo de quem começou sem dinheiro, mas soube enxergar e aproveitar as oportunidades.
“O tempo passa e mais se fala em saúde e alimentação saudável. E tudo isso leva a crer que quanto mais produtos saudáveis houver, mais serão vendidos”, garante Marco Aurélio.