Crescimento na venda - Equipamentos fotográficos continuam entre os maiores desejos do consumidor.
Vendas do comércio brasileiro subiram mais de 11% no primeiro semestre de 2010. É a maior alta em 10 anos, segundo o IBGE.
Equipamentos fotográficos continuam entre os maiores desejos do consumidor.

Vendas do comércio brasileiro subiram mais de 11% no primeiro semestre de 2010. É a maior alta em 10 anos, segundo o IBGE.

As vendas do comércio brasileiro subiram mais de 11% no primeiro semestre de 2010. É a maior alta em 10 anos, segundo o IBGE, e de acordo com uma pesquisa do Provar (Programa de Administração de Varejo da Fundação Instituto de Administração), o segundo semestre também será de compras. Em São Paulo, os produtos de cine e foto lideram o desejo de consumo.

Uma volta pelas ruas do centro de São Paulo comprova: as pessoas não perdem as oportunidades para comprar câmeras fotográficas e filmadoras.

“Quando sobra uma grana, você vai viajar, você, quer registrar tudo. Então, é por isso que eu estou aqui. A procura de uma boa câmera”, diz Márcia Rocha.

Atualmente, a procura é maior porque a renda do consumidor aumentou e o preço dos produtos caiu. As câmeras estão pela metade do preço de alguns anos atrás, e podem ser parceladas. Ficou fácil demais”, garante Cláudio Felisoni, Presidente do Conselho do Provar.

“O que permitiu um crescimento bastante vigoroso do consumo foi: o crescimento da massa real de salários, associado a um crescimento, ou alongamento dos prazos médios de pagamento. Hoje, nós estamos por volta de 512 dias, que é um prazo bastante amplo. O consumidor, o consumo é muito sensível a estas duas variáveis”, diz Cláudio Felisoni.

Existe outro motivo para o aumento do consumo das câmeras: a presença dos computadores na vida dos brasileiros.

“A câmera se liga a este tipo de produto porque o consumidor de alguma forma co-relaciona, utiliza de forma co-relacionada estes produtos”, explica ele.

Em uma loja de equipamentos fotográficos que funciona em uma região nobre de São Paulo. O diferencial do negócio começa com o estacionamento exclusivo para clientes.

Empresários como Ivan Sanches aproveitam o bom momento do mercado. Ivan trabalha no segmento de fotografia há 15 anos. Ele vende mais de mil itens de equipamentos e acessórios. O público dele tem um bom poder aquisitivo, mas pesquisa muito antes de comprar.

“Se o valor for R$ 50 reais a menos ele vai comprar na outra loja. Concordo com isso. Só o diferencial que a loja proporciona é que agrega valor, serviço. Por isso que o cliente vem parar aqui”, garante o empresário.

A venda demora mais de uma hora. É quase uma aula de fotografia.

“Sem ele eu não saberia operar pra função que eu preciso. Ele me da o suporte, até por telefone. Muitas vezes, eu ligo e ele responde”, diz Tatiana Ferrari, uma das cliente.

A estratégia do empresário está certa. Segundo o presidente do conselho do Provar, os preços são parecidos. A diferença está nos serviços.

O bom atendimento não é cordialidade. Cordialidade é um princípio básico, um princípio de civilidade. O que precisa é informação. Se você for vender quaisquer produtos, mas principalmente aqueles produtos que são mais sofisticados, quanto mais bem informado, você estiver, maior o seu diferencial.

A loja do empresário Ivan Sanches tem 30 m² e dois funcionários. O custo baixo de um negócio enxuto faz o bom preço para o cliente. Além da loja física, o empresário também administra a loja virtual.

A estratégia da empresa é simples: as câmeras atraem o cliente e os acessórios engordam o caixa. Itens como tripé, flash e memórias têm quase o dobro da margem de lucro dos equipamentos.

“Tem gente que é profissional, tem gente que é hobista. Então o cliente hobista ele vai comprar cartões de memória, bateria, carregador. Troca de cartão por um maior”, comenta Ivan.

O investimento para montar uma loja dessas de fotografia esta em R$ 200 mil reais. A maior parte do capital é para estoque, que deve ser grande.

Mas, nesse negócio, se não pode faltar mercadoria, também não pode sobrar.

Existe um desafio para quem trabalha com equipamentos fotográficos: a velocidade dos lançamentos. A cada 6 meses as marcas lançam uma linha nova e o que ficou pra trás o cliente não quer mais. Só com um bom planejamento é possível comprar a quantidade certa de cada mercadoria e ainda assim não é fácil. Aqui, por exemplo, 10% das compras viram encalhe. Nesse caso, só tem um jeito: apelar para as promoções. Mesmo com prejuízo.

A estratégia é fazer caixa, para comprar novas câmeras, cobrir perdas e lucrar. Enfim, o negócio precisa girar. E a loja de Ivan tem mais um diferencial: ele também vende equipamentos usados. Como a concorrência é pequena, a margem de lucro é ainda maior – de 30%. Um segmento especial desperta a paixão dos consumidores: os equipamentos antigos como estes, das décadas de 50 e 60.

“Eu vim procurar câmeras antigas porque eu coleciono. Procurei em vários lugares, não encontrei. Achei e vou colocar na minha coleção”, conta Priscila Iaprovitera, uma das clientes.

Com tantos diferenciais, o empresário potencializa o negócio. E se destaca num mercado que tem tudo para continuar em alta!

“Estima-se, por exemplo, para esse trimestre um crescimento da ordem de 2% combinado o crescimento de julho, agosto e setembro. O crescimento é bastante significativo de vendas reais. E nós devemos terminar o ano de 2010 com um Natal bom. O que significará talvez alguma coisa parecida com a de 2009, ou um pouco abaixo, mas um ano muito positivo, um ano que o varejo não terá do que reclamar”, afirma Claudio.
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